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Existe crime perfeito?

De acordo com o princípio básico da Criminalística, conhecido como Princípio de Troca de Locard: “Todo contato deixa uma marca”.

Apresentado pelo cientista forense Edmond Locard, o conceito explica que cada contato deixa um rastro. Seja em ocorrência de roubo, homicídio, suicídio, acidente, dano, incêndio ou explosão, o local físico ou virtual onde o crime ocorre contém vestígios e deve ser investigado.

Isso acontece porque o criminoso - e geralmente, também, a vítima - sempre deixa ou leva algo. São as chamadas “testemunhas silenciosas”: cabelo, fibras de roupas, fragmentos de vidros, a marca de uma ferramenta usada, a aderência de uma tinta ou algum fluído biológico (como sangue ou saliva), vestígios que podem ser suficientes para determinar a autoria de um crime ou mesmo inocentar um suspeito.

A função do Perito Criminal é basicamente encontrar vestígios como esses, que permitam também materializar o crime e determinar o nexo causal.

Tão importante quanto os trabalhos da perícia criminal, a preservação de um local de crime e de seus respectivos vestígios é imprescindível para a completa elucidação dos fatos. Entretanto, mesmo que haja alteração do estado das coisas em um local de crime ou a tentativa de alterar as condições de determinado vestígio (como em um smartphone ou um documento impresso) o Perito Criminal será capaz de constatá-los, com base no mesmo princípio de Locard.

Autor: Thiago Assis F. Barbosa, presidente da ABPC.



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