A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conseguiu identificar o suspeito de um assalto por meio de uma mordida que o homem deixou nas costas da vítima. O crime ocorreu em agosto do ano passado, em São Sebastião, e o suspeito foi localizado e preso na cidade de Brotas, em São Paulo. A PCDF não informou a data da prisão.
Segundo a corporação, a vítima foi roubada e agredida pelo homem, de 24 anos. Ela chegou a perder um dente por conta dos golpes sofridos durante o ataque, e percebeu que também tinha sido mordida pelo criminoso.
"No exame, a vítima comentou que havia uma mordida nas costas. A gente realizou os exames específicos nessa lesão", explica o perito criminal da Polícia Civil Renato Lira.
Análise da arcada dentária
Após seis meses, os investigadores da 30ª Delegacia de Polícia, em São Sebastião, identificaram um suspeito. A corporação, então, solicitou ao homem que fizesse um exame odontológico, para confirmar se ele seria o responsável pela mordida.
Segundo a PCDF, ele concordou em fazer o teste de arcada dentária no Instituto Médico Legal (IML) e, à época, foi liberado. O perito Renato Lira afirma que, 20 dias após o exame, o resultado confirmou que o homem era o responsável pela agressão.
"A gente examinou clinicamente, fez as medidas, e também moldamos a arcada dentária. A partir desses modelos de gesso, e dessa fotografia em tamanho real, a gente consegue fazer uma justaposição, e a gente vê compatibilidades características que apontam que realmente existem pontos coincidentes entre o modelo de gesso daquele suspeito com a lesão da vítima", explica.
A partir do laudo, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) determinou a prisão do homem, que foi localizado em uma fazenda no município paulista. Segundo a Polícia Civil, ele será trazido para o DF.
De acordo com o perito Renato Lira, o caso prova que mordidas podem ser ferramentas para identificação de criminosos.
"Porém, infelizmente, existe esse problema de identificar que há uma mordida envolvida. Isso, por muitas vezes, é porque a pessoa não se apresenta ao IML. Ou no próprio IML, pode acontecer de isso passar despercebido, ou mesmo de essa mordida não produzir lesões", explica.
"Uma coisa fundamental é que, o quanto antes a pessoa se apresentar, melhor. Assim, a gente também pode fazer o exame de DNA da saliva que está ali na mordida. Nesse caso em questão, já tinha passado três dias, a vítima já tinha tomado banho. Então, esse exame não foi possível", afirma Renato Lira.
Fonte: G1
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