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WhatsApp, remédio e envenenamento: perita conta como investiga feminicídios

Desde que entrou na Polícia Técnico-Científica do Distrito Federal, há nove anos, a perita Beatriz Figueiredo se dedicou a estudar especialmente questões ligadas à perícia de crimes contra mulheres, como feminicídio —na época, ainda nem era lei.

A mudança consiste, basicamente, em começar a investigar toda morte de mulher como um possível feminicídio, buscando no local do crime evidências de violências anteriores à morte dela, como cabelo cortado e roupas rasgadas. Depois, se essas evidências não se confirmarem, o crime passa a ser investigado como homicídio comum.

"Quando tratamos a morte de uma mulher como um possível feminicídio desde o começo, liga o alerta para todos os profissionais de segurança que vão atuar naquela investigação".


No final de maio, Beatriz participou do Congresso Nacional de Criminalística, promovido pelo Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo, e compartilhou com profissionais de todo o Brasil o protocolo que aplica no Distrito Federal —que acabou virando sua tese de mestrado e se tornará um livro, que deve ser publicado ainda neste ano e será usado para ampliar o método para todo o país.


Em 2020, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou um protocolo de investigações e perícia de feminicídio, e Beatriz foi convidada por um colega para criar um curso sobre o assunto, que seria disponibilizado para profissionais de segurança pública brasileiros.


Ao longo de três meses, Beatriz adaptou todas as práticas que já existem publicadas a respeito de processamento de locais de homicídios para serem aplicadas a casos de crimes de gênero.


Além dos indícios encontrados nas cenas dos crimes, a perita explica que há outros sinais que podem indicar violência contra a mulher. Por exemplo, o histórico médico. No caso de um homem que morreu com um tiro dentro de casa, é uma informação que pode não importar tanto. Mas, se essa mesma vítima for uma mulher, o fato de ela ter ido ao hospital um ano antes cheia de hematomas pode indicar violência doméstica.




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